Sim, mais um natal igual a tantos outros. São as leopoldinas que trazem felicidades às crianças, os jumbos com horário alargado, as decorações citadinas recauchutadas, o "a todos um bom natal", o "sozinho em casa-parte 15", a "música no coração" com a Julie Andrews aos 95 anos, a choradeira das mães, as birras dos filhos e sobrinhos, o "natal dos hospitais".
Eu não sou anti-natal. Mas ESTE tipo de natal enerva-me. Muito.
Confundem-me o discurso do "o que importa é a intenção", as prendas combinadas previamente porque não nos damos ao trabalho de nos conhecermos mutuamente, o serão em frente ao televisor a ver mais um especial de natal piroso com todos os pimbas vestidos de renas, os flashback dos natais da infância dos famosos, as promoções do "pague 1, leve 2", "leve agora e só comece a pagar no próximo ano", os catálogos de inutilidades caríssimas que insistem em atafulhar a minha caixa do correio, os postais estereotipados, os eternos "mr. Bean" da matiné de natal, os presépios com meninos Jesus nórdicos, as barbies, as playstations, os jete-sete engalanados na capa das revistas cor de rosa como famílias perfeitas e tementes a Deus!
Não poderia existir OUTRO tipo de natal?
Aquele natal em que apenas valesse a pena a companhia uns dos outros? Em que aproveitassemos para reflectir sobre o que andamos aqui a fazer? E pudessemos transmitir aos outros o quanto significam ? Dizermos aos nossos filhos que são tudo para nós? E aos nossos pais quanto os amamos porque se sacrificaram por nós? E aos nossos mentores, o quanto influenciaram a nossa vida?
Natais como os que vivemos actualmente não me dizem nada. São o reflexo de uma sociedade de consumo, de superficialidade, de hipocrisia. Reduzem-se a luzinhas intermitentes e a embrulhos de luxo que facilmente se apagam e amarrotam. Resta-me a consolação de pensar que, no meio dessa multidão desenfreada e aflita para arejar a carteira, há-de haver mais alguém que também sente nostalgia de um natal real. Por mim, quando os meus filhos forem crescidos, hei-de iniciar com eles uma nova era natalícia, aquela em que se dará mais importância aos afectos e ao respeito pelo outro do que pelo conteúdo das caixinhas coloridas.
Eu não sou anti-natal. Mas ESTE tipo de natal enerva-me. Muito.
Confundem-me o discurso do "o que importa é a intenção", as prendas combinadas previamente porque não nos damos ao trabalho de nos conhecermos mutuamente, o serão em frente ao televisor a ver mais um especial de natal piroso com todos os pimbas vestidos de renas, os flashback dos natais da infância dos famosos, as promoções do "pague 1, leve 2", "leve agora e só comece a pagar no próximo ano", os catálogos de inutilidades caríssimas que insistem em atafulhar a minha caixa do correio, os postais estereotipados, os eternos "mr. Bean" da matiné de natal, os presépios com meninos Jesus nórdicos, as barbies, as playstations, os jete-sete engalanados na capa das revistas cor de rosa como famílias perfeitas e tementes a Deus!
Não poderia existir OUTRO tipo de natal?
Aquele natal em que apenas valesse a pena a companhia uns dos outros? Em que aproveitassemos para reflectir sobre o que andamos aqui a fazer? E pudessemos transmitir aos outros o quanto significam ? Dizermos aos nossos filhos que são tudo para nós? E aos nossos pais quanto os amamos porque se sacrificaram por nós? E aos nossos mentores, o quanto influenciaram a nossa vida?
Natais como os que vivemos actualmente não me dizem nada. São o reflexo de uma sociedade de consumo, de superficialidade, de hipocrisia. Reduzem-se a luzinhas intermitentes e a embrulhos de luxo que facilmente se apagam e amarrotam. Resta-me a consolação de pensar que, no meio dessa multidão desenfreada e aflita para arejar a carteira, há-de haver mais alguém que também sente nostalgia de um natal real. Por mim, quando os meus filhos forem crescidos, hei-de iniciar com eles uma nova era natalícia, aquela em que se dará mais importância aos afectos e ao respeito pelo outro do que pelo conteúdo das caixinhas coloridas.