quinta-feira, 29 de março de 2007

Votar pelos direitos dos animais

Votar é sempre bom, demonstra cidadania e responsabilidade social. Mas em especial quando serve uma causa boa.
Os
CTT estão a fazer decorrer uma votação on-line para escolher as próximas edições de selos. Entre muitos temas, procurem este - "O mundo dos animais e da natureza" de Carla Sofia Salas, que ajuda a sensibilizar para que o tema dos direitos dos animais seja publicado através da edição de selos. Não convém propor outro tema, mas concentrar os votos neste que já existe, para que consiga chegar, pelo menos, à primeira página da votação.
Apelo, assim, a todos que se preocupam com os animais, para que votem (é muito simples, basta digitarem o vosso email e esperarem pelo pedido de confirmação). Considerem a boa acção do dia feita!

http://www.aquihaselo.com/poll.aspx - "O mundo dos animais e da natureza" de Carla Sofia Salas


Em nome dos animais, obrigada!

terça-feira, 27 de março de 2007

Pastelaria musical

Verdilicioso...

Fundamentalismo desportivo

Cada vez mais se tem discutido o ambiente de bastidor no desporto, mas talvez não o suficiente para produzir uma reflexão séria sobre as implicações do fanatismo desportivo.
Tendo como exemplo os casos de Andrés Escobar (jogador colombiano morto em 1994 por ter marcado um golo na própria baliza e "ajudado" a sua selecção a perder no campeonato do mundo), e agora do assassinato do treinador da selecção paquistanesa de críquete, Bob Wolmer, que se crê estar relacionado com o facto de esta ter perdido o campeonato do mundo da modalidade, entre muitos outros, deveriam levar os teóricos, estudiosos ou bem-intencionados a reflectir sobre o fenómeno.
As claques desportivas no futebol entram nos estádios com "very-light", apresentam comportamentos violentos e insultuosos durante os encontros (temos o exemplo da claque dos super-dragões que desrespeitou o minuto de silêncio em homenagem a Bento) e parecem sair sempre impunes, sem consequências visíveis. Apedrejamentos às camionetas das equipas adversárias parecem ser lugar comum, e o reforço policial nos jogos ditos "difíceis" acabam por levar muita gente a pensar duas vezes antes de se arriscar a assistir a um desafio. Os mais recentes acontecimentos em Itália, num jogo entre o Palermo e o Catania, onde faleceu um polícia, deveriam dar que pensar.

É óbvio que não deveria ser assim. Todos condenam os factos. Mas o certo é que muito pouco se faz para analisar as causas e combater os efeitos.

O que leva as pessoas a exacerbarem o seu amor ao desporto?

Muitos dos adeptos nem desporto praticam. Portanto, não é pela prática que se dedicam.
Haverá alguma correlação entre o nível socioeconómico dos desordeiros e as suas práticas? Baixa escolaridade acompanhada de fracas expectativas que os levam a depositar as suas atenções e esforços num clube? Conformismo de grupo que transforma indivíduos pacíficos em destruidores compulsivos quando inseridos em fenómenos de massa?
Depósito de esperanças em vitórias desportivas? E consciencialização das derrotas dos clubes como derrotas pessoais às quais é preciso reagir, assassinando jogadores?
Sentimento de impunidade? Glorificação, quando nas suas vidas privadas deve imperar a frustração?
Não se vêem punições legais exemplares, medidas tomadas por clubes/selecções, reprovação séria por parte da sociedade civil. Não se aposta na educação das camadas mais jovens, que cedo repetem slogans agressivos contra clubes adversários e nos quais é fomentada a rivalidade pelos próprios pais.
Falta de ídolos? Falta de modelos comportamentais que os leva a voltarem-se para o fundamentalismo desportivo? Cada vez menos faz sentido associar o desporto ao desportivismo, e não se vêem melhorias no horizonte.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Vergonha Nacional

http://jn.sapo.pt/2007/03/26/ultima/Espectadores_da_RTP_elegem_ditad.html

Salazar eleito o maior português. Acima de Camões, acima de Sousa Mendes, que salvou milhares de vidas, acima de Pombal, arquitecto de uma capital moderna e de um país mais evoluído pela expulsão dessas sanguessugas de almas que eram os jesuítas, acima de tantos portugueses que muito fizeram pelo país. Salazar, que mandou torturar, que nos atirou para a cauda da Europa com a sua beatitude enjoativa, que recusou o plano Marshall, capaz de nos ajudar economicamente, que caminhou lado a lado com outro sacana como ele, Franco. Salazar, que cultivou a obscuridade, o medo, Fátima, o Tarrafal, a Igreja.
Das duas uma: ou os portugueses têm mesmo muito má memória, ou então são ainda mais profundamente estúpidos do que eu julgava.
Cada vez me faz mais sentido dizer que sou europeia e não portuguesa. Porque os portugueses cada vez mais me metem nojo.

quinta-feira, 22 de março de 2007

A mãe natureza é sábia

Agora que as gravidezes múltiplas são frequentes, esta seria a mãe ideal!

segunda-feira, 12 de março de 2007

Portugal em 2100

Se a subida do nível da água do mar se confirmar, devido ao comprovadíssimo aquecimento global, este será um cenário possível. E, claro, a subida da água do mar implica uma salinização da água dos rios, fonte potável. Bem sei que poucos se importarão com isto porque cansa pensar a longo prazo, e respondem sempre "em 2100 já cá não estou", mas estarão os nossos netos e bisnetos e trinetos. Quereremos ser recordados como a geração que lhes lixou o futuro?...

sexta-feira, 9 de março de 2007

Esta gata escapou..

...à razia do ensino da música nos conservatórios no nosso país! Dentro em breve muitos alunos não tocarão tão bem!

Ideia genial

Uma maneira original de comemorar o dia da mulher...

Já sei o que vou fazer nas minhas aulas de substituição!!!

quinta-feira, 8 de março de 2007

Telelixo

Em muitos estabelecimentos comerciais, existem agora televisões para entreterem os clientes enquanto tomam as suas refeições ou esperam pela sua vez de serem atendidos. Como só dispõem dos quatro canais portugueses, a espera ou a deglutição do almoço/jantar tornam-se um verdadeiro tormento de revirar os olhos ao mais paciente. Se for à hora do almoço, gramo com as manhãs da SIC (?) e com o seu estimulante painel de convidados: videntes, pseudo-actores e outras maravilhas da engenharia intelectual. Discutem-se as previsões para a semana, de acordo com os astros, o glamure do jetessete português (nem sabia que tinhamos disso..), as coscuvilhices da excitante vida social das caras conhecidas.
Se for o meu dia de sorte, alguém pede para mudar para as manhãs da RTP1 e aí a qualidade sobe consideravelmente: ranchecos folclóricos, avozinhas rodeadas dos seus netinhos ranhosos, que tiram macacos do nariz em directo, prodígios precoces, cantoras (?!) que vêm martelar os tímpanos do pessoal com os habituais trejeitos fadistas no final de cada frase que se esforçaram meses por conseguir decorar e a habitual boa disposição de apresentadores que parecem parados num eterno natal dos hospitais, meloso, betadínico e paternalista.
Se for o meu dia de azar, alguém vira para a TVI e eu sinto vontade de sair sem pagar, mesmo que isso me acarrete consequências. É chocante, mau e propício à bulimia.
Nunca compreendi porque ninguém vê o canal 2. Dos 4 canais que pululam os meus pesadelos, ainda é o que tem os telejornais mais sérios, curtos e objectivos, sem as pseudo-reportagens da TVI, onde todos ficamos a saber o que o sr. Joaquim de Alguidar de Baixo está muito feliz porque colheu 1 abóbora de 20kg; ou o jornal da SIC (nome perfeito), onde, em directo, se descobre que na freguesia de Alguidar de Cima, a D. Clotilde julga ter visto um oveni, ou uma espécie de travessa voadora. Enfadonho, amador, demagógico, pobre.
Como tenho televisão por cabo (cara e má, mas é o único operador a trabalhar nos subúrbios onde moro), ainda posso escapar a esta chacina de mau gosto. Sempre que posso, escapo para a Euronews, onde tenho informação de qualidade, ainda por cima, de coisas que não vejo nos noticiários portugueses, porque estão demasiado ocupados a transmitir as soleníssimas conferências de imprensa dos acéfalos treinadores de futebol e dos seus não menos dotados jogadores.
País de bosta, televisão de caca. Mas é conveniente que assim continue, porque enquanto o povo anda distraído com a bola e a floribella, babando-se perante o ecrã, não pensa na miséria económica para a qual caminha ou em que já está. Porque da miséria intelectual já não se livra.

sábado, 3 de março de 2007

Chutar ou parir? Eis a questão!

Agora que se reúnem condições favoráveis para a criação de salas de chuto para os toxicodependentes poderem dar largas à sua fraqueza de espírito, há que preparar os meios para os acompanhar. O que implica recursos económicos e humanos preciosos. E isto levanta-me uma questão incómoda: se andamos a fechar maternidades e centros de saúde por motivos económicos, vamos agora pegar em recursos que beneficiariam a população em geral e investi-los em gente que optou por se autodestruir e arrastar os outros na sua espiral de desgraça?
Até há poucos anos, os diabéticos tinham de pagar do seu bolso as indispensáveis seringas para injectarem em si mesmos a insulina que os mantinha vivos, enquanto os toxicodependentes as tinham de graça. Um diabético pode optar por o não ser? E um toxicodependente? Não escolheu ser estúpido? Compreende-se isto?

Começámos a entrar numa onda de desculpabilização destes indivíduos: são doentes, são coitados, são vítimas. E todos aqueles que por eles são assaltados diariamente para conseguirem o dinheiro para a dose? Ou picados pelas suas seringas infectadas? E que dizer dos que vêem as suas famílias destroçadas pelo comportamento destes dejectos humanos? Seremos seus algozes porque nos recusamos a ser vítimas?

Fecham-se maternidades porque ser pai/mãe num país como este é um luxo. Um conselho aos aspirantes a terem um filho: tornem-se toxicodependentes, há mais vantagens. Um conselho aos reformados e idosos deste país: se quiserem ter acesso aos cuidados básicos de saúde que distinguem um país evoluído de um terceiro-mundista, piquem-se, assaltem o pessoal lá da junta e, mais tarde ou mais cedo, têm direito a assistência médica e à piedade das autoridades. Porque o que está a dar é isso mesmo: ser um nada, um maltrapilho, um lixo social, importunar os outros nos semáforos, mendigar, assaltar e moer. Pois, afinal, são vítimas de uma sociedade opressora, que, injustamente, gostaria de os ver produtivos e úteis, justificando o oxigénio gasto e os recursos dispendidos.