terça-feira, 27 de março de 2007

Fundamentalismo desportivo

Cada vez mais se tem discutido o ambiente de bastidor no desporto, mas talvez não o suficiente para produzir uma reflexão séria sobre as implicações do fanatismo desportivo.
Tendo como exemplo os casos de Andrés Escobar (jogador colombiano morto em 1994 por ter marcado um golo na própria baliza e "ajudado" a sua selecção a perder no campeonato do mundo), e agora do assassinato do treinador da selecção paquistanesa de críquete, Bob Wolmer, que se crê estar relacionado com o facto de esta ter perdido o campeonato do mundo da modalidade, entre muitos outros, deveriam levar os teóricos, estudiosos ou bem-intencionados a reflectir sobre o fenómeno.
As claques desportivas no futebol entram nos estádios com "very-light", apresentam comportamentos violentos e insultuosos durante os encontros (temos o exemplo da claque dos super-dragões que desrespeitou o minuto de silêncio em homenagem a Bento) e parecem sair sempre impunes, sem consequências visíveis. Apedrejamentos às camionetas das equipas adversárias parecem ser lugar comum, e o reforço policial nos jogos ditos "difíceis" acabam por levar muita gente a pensar duas vezes antes de se arriscar a assistir a um desafio. Os mais recentes acontecimentos em Itália, num jogo entre o Palermo e o Catania, onde faleceu um polícia, deveriam dar que pensar.

É óbvio que não deveria ser assim. Todos condenam os factos. Mas o certo é que muito pouco se faz para analisar as causas e combater os efeitos.

O que leva as pessoas a exacerbarem o seu amor ao desporto?

Muitos dos adeptos nem desporto praticam. Portanto, não é pela prática que se dedicam.
Haverá alguma correlação entre o nível socioeconómico dos desordeiros e as suas práticas? Baixa escolaridade acompanhada de fracas expectativas que os levam a depositar as suas atenções e esforços num clube? Conformismo de grupo que transforma indivíduos pacíficos em destruidores compulsivos quando inseridos em fenómenos de massa?
Depósito de esperanças em vitórias desportivas? E consciencialização das derrotas dos clubes como derrotas pessoais às quais é preciso reagir, assassinando jogadores?
Sentimento de impunidade? Glorificação, quando nas suas vidas privadas deve imperar a frustração?
Não se vêem punições legais exemplares, medidas tomadas por clubes/selecções, reprovação séria por parte da sociedade civil. Não se aposta na educação das camadas mais jovens, que cedo repetem slogans agressivos contra clubes adversários e nos quais é fomentada a rivalidade pelos próprios pais.
Falta de ídolos? Falta de modelos comportamentais que os leva a voltarem-se para o fundamentalismo desportivo? Cada vez menos faz sentido associar o desporto ao desportivismo, e não se vêem melhorias no horizonte.

2 comentários:

Rui Areal disse...

ena ena
esta conheço
é Beethoven
é sonata só não me lembro do número
é uma das três ou quatro mais célebres
patética
apassionata
não é a «ao luar»
nem a minha preferida «a tempestade»
haaaa!!! esta parte é inconfundível
é a apassionata!!?
será? lol

mcp disse...

Ena, ena, acertaste!É patética, sim senhor! Gostas? Fartei-me de Rachaminov...