sexta-feira, 13 de maio de 2005

A barbárie circense


Junto à escola onde trabalho instalou-se um circo, como muitos outros que por esse país circulam. Este não foge à regra da grande maioria dos circos: arrasta consigo vários animais selvagens ou que, pelo menos, o deveriam ser: camelos, hipopótamos, lamas, tigres...
E instalou-se junto a uma escola, precisamente porque são as crianças as principais clientes e as maiores vítimas do mau serviço educativo prestado por estas organizações itinerantes.
Quem se der ao trabalho de observar em vez de se limitar a ver e deslumbrar pelo aparato, verifica que os animais em causa, em especial os grandes felinos, apresentam comportamentos impróprios para a sua espécie, já para não falar de, em alguns casos, maus tratos físicos e sobretudo psicológicos. Muitos deambulam pelas jaulas minúsculas de um lado para o outro, roendo as barras, demonstrando stresse e comportamentos estereotipados de clausura. Um tigre necessita de um território de vários quilómetros quadrados, já para não falar do facto de ser uma espécie ameaçada, devendo por isso ser protegido por todos os meios.
Quando as pessoas compram um bilhete para assistir a um circo com animais estão a ser cúmplices de maus tratos e de desrespeito ao meio ambiente. Ver um elefante a erguer-se nas patas traseiras tem por detrás uma rotina baseada em choques eléctricos e correntes, aguilhões e interferência no ritmo de vida normal de um animal que não foi concebido para viver agrilhoado ou para ser exibido em matinés.
Se queremos de facto entreter os nossos filhos levemo-los a um parque, brinquemos com eles, ensinemo-lhes o valor da preservação da natureza, do respeito por todas as criaturas vivas, acampemos com eles. Ou então visitemos circos sem animais, onde a verdadeira arte circense do engenho e habilidade humana se façam notar. Rejeitar circos com animais é demonstrar que o entretenimento não tem de andar a par da crueldade e incentivar outras formas de arte. O "Cirque Du Soleil" é mundialmente conhecido por não recorrer a animais, baseando-se nas acrobacias humanas e na arte de entreter, tendo sido reconhecido como um dos melhores do seu género.
Neste momento, em muitos países desenvolvidos, dos quais não fazemos parte, infelizmente, já chegaram à conclusão de que os circos com animais são desnecessários, para além de deseducativos, tendo inclusivamente proibido a sua existência.
Para saberem mais pormenores sobre a crueldade dos circos com animais, consultem as páginas:

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo perfeitamente. Desde que soube o que realmente se passa num circo com animais, nunca mais lá pus os pés...Até quando vai o Homem maltratar animais para puro divertimento? Quando se vai proibir os circos com animais em Portugal? Acabem lá com essas infantilidades de pôr a cabeça dentro da boca de um leão e de os mandar passar por aros em fogo, e arranjem algo deveras engenhoso que VOCÊS MESMOS possam fazer, já agora, xicoteiem-se a vocês próprios quando não conseguirem fazer a acrobacia, para ver se é "gostoso"!!!

Anónimo disse...

É cruel!
Tal como votar sim no referendo europeu sem saber em que «coisa» se está a votar! Tal como os animais se erguem ao sabor do chicote...